domingo, 15 de novembro de 2009

Metalingüagem?

Tem blogs que leio que sai uma postagem por dia. Tem outros que até ficam um certo tempo "às moscas", mas então o blogueiro faz quatro posts em um só dia para compensar. E quanto ao meu blog, essa coisa vazia cheia de poeira que fede a mofo?
Meu blog nunca terá mais que 5 leitores assíduos, tenho certeza! Há tão poucos posts que quando chego a publicar alguma coisa aqui até faz eco.
Não é por falta de criatividade, originalidade ou idéias (ainda não me conformo em escrever essa palavra sem acento). É só que eu tenho uma extrema dificuldade em expressar o que eu sinto. Tá certo que eu sou ótima em escrever (sem nenhuma modéstia), mas a minha especialidade é ficção. Eu só cheguei a escrever uma ficção nesse blog (os fantasmas que estragaram o natal) e nem ficou muito bom. É claro que há outras narrativas postadas aqui, mas por mais que algumas delas sejam meio (muito) viajadas, são altamente baseadas em coisas vividas por mim.
E por mais que as pessoas digam que os textos estão bons, eu raramente concordo. Não é porque fui eu que escrevi, até porque quando eu acho bom eu já vou logo dizendo que ficou fantástico e que "eu sou foda sim, e daí?!", modéstia não é comigo. O problema é que mesmo que as pessoas achem bons os meus textos, elas estarão achando (eu juro que tentei evitar o gerundismo) bom uma coisa que não foi idealizada por mim. O resultado sempre sai diferente do que eu pretendia. Quando eu leio meus textos ao final do processo de criação, constantemente eu sinto que eu não consegui transmitir a idéia que eu queria. Vai ver que é por isso então que as pessoas gostam dos meus textos, pois estou quase certa de que se elas entendessem o que realmente quero dizer, se afastariam gritando: "Pagã! Rebelde! Insolente! Ingrata" ou qualquer outro xingamento desse tipo. Sendo um texto que não expresse as minhas idéias, pode ser bem escrito e estruturado que mesmo assim eu não irei com a cara dele.
Nas raras ocasiões que eu consigo transmitir exatamente o que eu queria, fica tão confuso que só eu posso entendê-lo. Porque é assim que eu me sinto: confusa. Sinto que meus sentimentos e pensamentos são coisas que mais ninguém sente e pensa, sinto que sou única e diferente. E mesmo que eu não seja, quero ter essa imagem de mim.
Já os textos ficcionais, sinto que apenas ocasionalmente postarei-os aqui, visto que esses eu já faço quase todas as semanas em redações escolares e que como tenho facilidade com eles, não e para mim nenhuma grande aventura escrevê-los. Isso mesmo. Gosto que os textos a serem escritos sejam uma aventura para mim. Gosto de suar para tirar as idéias da cabeça e transcrevê-las no papel exatamente como elas são, sem que percam sua essência e que os leitores ainda as compreendam, o que é um desafio muito difícil para mim.
E é por isso que meu blog está cheio de textinhos meia boca, infantis e lugar-comum. Tem uns que escrevo só pra ocupar espaço, pra não ficar tanto tempo sem postar.

OBS: Ta aí. Gostei desse texto. Acho que transmitiu o que eu queria dizer, mas mesmo assim ele é longo e confuso. Escrevi muito pra dizer pouco, ou seja: Esse texto é uma prova, um exemplo do que esse texto fala. Então seria ele um texto metalingüístico?

2 comentários:

Aline Fernandes disse...

"Tem outros que até ficam um certo tempo "às moscas", mas então o blogueiro faz quatro posts em um só dia para compensar." [Oi, sou eu? paospsao'] Ta eunem escrevo na verdade eu só trascrevo o que me dá na telha, mas tudo bem. Eu gosto do seu blogger com esse gostoso cheiro de mofo ^^' Você é foda[darrr, quem não sabe]. Não pare de escrever, assim você vai longe [todo mundo diz isso], mas okay você entendeu?!

Valdira disse...

É assim mesmo... e por tudo isso você vai escrevendo nas entrelinhas. Como já lhe disse sobre outro texto, sempre me lembra a Clarice, neste caso lembrei de: "Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas... continuarei a escrever"
Te amo.