sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Eu não quero um Feliz Pra Sempre!

- Feliz pra sempre?
- É. PRA SEMPRE! Não é maravilhoso?
- É... deve ser.
- ...
- E depois?
- Depois do que?
- Do Feliz Pra Sempre.
- Pra Sempre é pra sempre, oras!
- Então não tem depois?
- hum.... não!
- Você fica sendo Feliz pra Sempre pra sempre?
- ...


Se ser feliz pra sempre é ficar lavando cueca de príncipe "encantado" até morrer e se sentir feliz por isso...

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Antônio


Eu gosto de você.
Eu gostava do seu jeito,
do modo como seu sorriso descoloria a noite, só para podermos colorir de novo,
juntos.
Eu gostava de seu cabelo despenteado pela manhã.
E gostava do nosso "só mais um pouquinho" que durava para sempre!
Gostava da rede esfarrapada do seu quarto, onde a gente dividia confissões.
Também era nosso barco, nave, cavalo, podia ser também o nosso zepelim, nosso carrinho de rolimã ou um balão pra a gente fugir "pra onde eu só veja você e Você veja a mim só".
Lá podíamos ser tudo! Dois cabeleireiros soltando a franga, cavaleiros de dragão percorrendo toda a Alagaesia, psicopatas malígnos e inteligentes com o desejo de dominar todas as ruivas do planeta!
Ah, como eu gostava de toda essa fantasia!
Porque nada que eu fizesse poderia estar errado se eu estivesse com você.
E como eu gostava do modo como achávamos que seríamos felizes para sempre!
Mas não fomos, não é?
Pelo menos não juntos.
Já pensei que gostava de você como uma mulher gosta de um homem, mas acho que não.
Você é meu melhor amigo, não é?
Então pra mim tanto faz...
você pode ser O amigo, O homem, O irmão. Você só não pode ser um amigo.
Gosto tanto de você que não consigo classificar nosso tipo de amizade, nosso tipo de "gostar".
Ah, como eu poderia voltar, não é?!
Só pra gente poder se despedir mais uma vez... e mais uma vez jurar que nossa amizade será para sempre!

sábado, 21 de junho de 2008

Treze

Treze sempre foi um número enigmático. Uns dizem que dá sorte, outros dizem que dá azar. Ter 13 anos é um dilema! Você não é nem criança, nem adolescente. E é nessa fase de transição que você passa a entender todas as coisas e não compreende tantas outras.
E pensar que eu já passei por tantas coisas...
E pensar que ainda falta mais da metade da minha vida para viver e ainda há tantas coisas a serem feitas...
Apesar de serem apenas 13 anos, é a minha vida inteira! Bom, e o que dá para fazer em treze anos de vida? Paticularmente....

Eu já amei, já me iludi, já sorri, já chorei vendo um filme, já chorei lendo um livro,
já chorei por alguém, já dancei na chuva, já fiz poomsae na chuva, já me joguei de roupa
na piscina (e 2 vezes), já comi brigadeiro de panela, já quebrei a perna, já plantei uma árvore,
já bati, já apanhei, já gritei com alguém, já gritei por alguém, já vi o tempo parar diante dos
meus olhos, mas também já o vi passar mais depressa do que deveria. Já roubei um beijo, já
tive um beijo roubado, já fiz uma música, já fiz poesia, já recebi flores, já percorri seis estados do Brasil dentro de um gol, já fiz o que era proibido, já madruguei, já tentei contar as estrelas...

Mas tambén há muito a ser feito. Por exemplo, eu...

ainda não publiquei um livro, nunca pulei de paraquedas, nem disse: "siga aquele carro!" a
um taxista. Nunca declarei um poema para ninguém,nem nunca tive uma daquelas cenas lindas de beijo na chuva, ainda não tive um filho (dãããããã), nunca vi a morte, nem saí do país.
Nunca fugi decasa. Nunca participei de uma guerra de travesseiros [1] (buááááá), nunca tive um
tamagoshi, nunca me joguei na lama, nunca levei torta na cara, nem dominei o mundo. Ainda não joguei ovo em ninguém, tampouco bolinha de papel no professor. Nunca fui à lua...


domingo, 25 de maio de 2008




Lara consultou seu relógio de pulso pela última vez naquela noite. Faltavam apenas cinco minutos para o término da aula, que era mesmo muito boa! Uma magia dentro da realidade...

Dispersa em seus pensamentos, Lara já não prestava mais atenção na aula. Logo o professor pediu para que todos se sentassem, fez as observações finais, dispensou seus alunos e dessa forma, todos fomos para o lado de fora da salinha abafada onde aprendíamos todas aquelas coisas.

Era uma sexta feira. Todos esperavam desesperadamente pelo final de semana. Muitos pais já esperavam seus respectivos filhos do lado de fora, o professor foi embora em sua bicicleta vermelha de marcha, a dona do estabelecimento se recolheu no interior de sua casa, a qual ficava sobre a “escola”, deixando as luzes acesas, para os alunos que ainda ocupavam o local. Em sete minutos (gosto de ser exato) todos os alunos já haviam deixado o lugar. Todos exceto...

Eu e Lara nos sentamos na calçada, esperando por nossos pais. Minha barriga formigava de excitação e ansiosidade. Eu sabia que seria naquela noite.

Lara finalmente falou. Uma tentativa de puxar assunto, eu sabia. Não prestei atenção no que ela falou. Não no que falou. Sua boca se mexia rapidamente...

Sua boca... Ah, aquela boquinha perfeita! Os lábios carnudos encontravam-se e desencontravam-se num movimento frenético. Me viciei naquilo. Não cheguei a saber se ela notou ou não, mas eu só olhava para sua boca.

Os lábios pararam de se mover. E assim, somente assim, percebi que ela parara de falar. “Ham?” Pedi que repetisse. Ela o fez. Tentei me prender ao que falava, não me perder em pensamentos profundos novamente.

Lara perguntava algo sobre mim, não lembro direito, mas não importava. Respondi com poucas palavras, fui o mais breve possível. Tentei mostrar desinteresse, ver qual seria sua reação, mas meus olhos me traíam, fixavam-se diretamente em sua boca, estavam úmidos de paixão.

Fingir desinteresse não ia adiantar nada. Tinha que ter alguma atitude o mais rápido possível, mas aquela vergonha não me deixava muitas escolhas. Engolindo um pouco de saliva, perguntei que horas eram. “Que pergunta idiota!” Pensei, repreendendo-me pela minha própria tolice. Mas havia sido a única que eu podia fazer sem me atrapalhar.

Ela me respondeu sem consultar seu relógio. Disse já terem se passado vinte minutos. Havíamos passado tempo demais calados. “Não precisamos...” enfim eu tinha tomado coragem para falar algo que realmente importasse, mas minha voz saiu extremamente baixa e falhou no meio da frase.

Suspirei, não havia jeito, agora eu teria que concluir minha frase. “Oi?” Perguntou Lara, uma expressão que costumava usar quando não entendia algo. Suspirei mais uma vez. Aquilo não seria fácil.

Antes de voltar a falar, joguei meus cabelos louros para trás, com uma sacudida de cabeça, irritado com minha franja. Lara observou sem piscar. Sorri para mim em meu interior, percebi aquilo como um charme próprio.

“Não precisamos usar essas frases idiotas como desculpa para nos falar. Será que você existe mesmo?” Minhas palavras enfim saíram, mas se embaralhavam com meus pensamentos e não faziam sentido algum. Tive que sorrir após a frase, para não parecer idiota, camuflando a seriedade do assunto entre meus lábios, que infelizmente não eram tão perfeitamente belos como os de Lara.

Ouvi novamente aquela expressão saindo de sua boca: “Oi?”. Não respondi. Ela perguntava, mas entendera muito bem. Esse fato era perceptível devido ao seu olhar.

Seus olhos eram negros. Não de um negro comum, mas muito mais profundos e além de tudo, expressivos. Não tão expressivos quanto os meus, claro, mas ainda assim expressivos.

Meus olhos, ah sim, os meus sim são perfeitos. Meus olhos azuis são um tipo comum. Cor comum, tamanho comum, formato comum. Mas o que faz um par de olhos é o seu olhar. E o meu olhar é o que deixa meus olhos tão raros e especiais.

Meu olhar é expressivo, nunca ninguém verá um par de olhos mais expressivos que o meu. As pessoas costumam dizem não saber quando estou alegre, triste, temeroso, raivoso, etc pois a minha expressão é sempre a mesma. É porque costumam não dar atenção aos olhares. Meu olhar é tudo. Mostra tudo que sinto, tudo que sou. É a minha essência. Meus olhos e os lábios de Lara seriam a combinação perfeita.

Com um calafrio que desceu minha garganta, percorreu minha espinha e seguiu para a barriga, serpenteando, eu voltei à realidade.

Meus olhos caíram sobre os de Lara. Ela esperava pacientemente pela minha resposta. Mas que resposta era esta, ora essa? Ela já entendera tudo, tudinho!

Apoiei minhas mãos no chão e desloquei meu corpo mais para a esquerda, ficando mais perto de Lara.

Gostava de imagina-la como uma princesa num cenário medieval, um castelo nos campos da Escócia, ou algo assim, qualquer lugar, exceto ali. Lara não combinava com o cenário urbano, onde a delicadeza de seus traços fazia contraste com a realidade da paisagem ao fundo, formando uma espécie de arte moderna.

Não adiantava mais fugir, procurando a essência da minha existência no fundo dos seus olhos, eu encarei-a. Não, agora era diferente, não era bem como “encarar”, era como se eu estivesse mergulhando de cabeça naquela imensidão, “um salto no escuro da piscina”, não enxergava mais nada.

Por um momento, a minha princesa medieval também me encarou, olhos nos olhos. Meus olhos azuis nos olhos negros dela. O olhar foi forte, muito forte. Tão forte que ela não o suportou e fechou os olhos.

Também quis fechar os meus, mas não pude, a idéia de deixar de ver aquela boquinha perfeita me perturbava.

Agora estávamos próximos, muito próximos. Tão próximos que eu podia sentir seu calor. Ela estava quente, ardia em um calor humano e acima de tudo, tremia. Sua respiração chegava a ser desregulada.

A respiração desregulada... quis cessá-la. Enfim fechei meus olhos e parti em busca do meu destino. Seria para sempre.

A próxima coisa que senti foram os lábios de Lara. Acima de tudo eram frios, gélidos. Não que não fossem calorosos, muito pelo contrário. Sua frieza tinha um “quê” de sensualidade que me possuía, atraindo-me cada vez mais para perto daquele abismo que era sua boca.

Teria durado muito mais tempo, mas Lara me interrompeu.Olhou para o chão, assustada, como se tivesse feito algo errado. Percebi que não me olhava nos olhos. Não havia contato visual. Parecia que tinha medo de não resistir a meu olhar.

Sem saber o que fazer, abracei-a. Minha cabeça recostou no ombro dela. Eu precisava daquilo, desesperadamente.

Minha princesinha também não sabia o que fazer e sem ter onde colocar as mãos, repousou-as em minhas costas, como se protegesse uma criatura frágil. Uma criatura frágil... Naquele momento, não posso negar, era o que eu era.

Quando me dei conta, chorava. O sangue escorria de meus olhos. Eu morri, e morri de amor.

Pra ela foi apenas um beijo, pra mim, meu destino.

Obs: Não perguntem... nem eu entendi direito!

Luana



Luana

"Estou fazendo um poema
com sangue, suor e emoção
Arranquei-o de dentro de mim
autêntico, puro, lindo,
grávido de sonho, luz e magia.

Estou fazendo um poema:
Amor personificado.
Carinho, vida, paixão.
Um poema interativo:
Faz-se e deixa-se fazer.

Estou fazendo um poema!
Ah! Como a gente se engana
Rabisca e rasga e sua...
E lá está o poema
rebelde e forte e vivo
tão grado, tão gozo, tão gana
É gente, é luz, é lua na...
É mais que lua, é Luana."

Charles O. Soares


O que fazer quando uma pessoa "rabisca e rasga e sua" para fazer um poema lindo desses todinho para você?
É por essas e outras coisas que eu te amo pai! E me orgulho de dizer isso!

sábado, 24 de maio de 2008

Insanidade

As lágrimas escorriam em meu rosto. Eu chorava, chorava e chorava.
Sem gritos desesperados, sem soluços engasgados.
Eu chorava silenciosamente.
Eu transbordava silêncio.
O que sustentava esse choro sofrido era a vontade de amar.
Um sentimento bom?
Talvez.
Me senti mais humana.
A única humana entre os terráqueos.
Posso ser louca,
mas em minha insanidade estou coberta de razão.