sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Enquanto jovens, gastamos a maior parte do dia em escolas, cursos e universidades, aprendendo sobre a vida dos outros e aprendendo o que outros descobriram. Na fase adulta passamos mais da metade aproveitável do dia trabalhando, na grande maioria das vezes, resolvendo problemas dos outros, fazendo coisas pros outros.
Quando temos momentos de lazer, lemos e assistimos filmes, mais uma vez nos tornando espectadores da vida dos outros, mesmo que seja uma vida imaginária.
E quando é que vivemos a nossa vida? Mesmo quando estamos fazendo coisas que pensamos ser nossas, estamos apenas seguindo padrões de vida.
O que poderíamos fazer para viver nossa vida? Deixar de assistir filmes, ouvir músicas e ler livros e fazer nossas próprias músicas, filmes e livros para outras pessoas deixarem de viver suas vidas para apreciar nosso trabalho?
Isso não é uma crônica, nem nada do tipo, é apenas um desabafo de uma coisa que percebi quando estava sozinha não só em casa, mas no mundo. E exatamente por não ter com quem discutir esses pensamentos existencialistas e por não conseguir explicá-los, dizer exatamente o que eu queria, transmitir essa idéia (vide post anterior), eu o posto aqui. Mas como não é uma crônica ou qualquer outro tipo de texto que eu possa classificar, não precisa ter um desfecho. Eu paro por aqui e deixo perguntas e pensamentos no ar.
Apenas mais um fato:
O mais irônico de tudo foi que percebi isso enquanto assistia a um filme.

domingo, 15 de novembro de 2009

Metalingüagem?

Tem blogs que leio que sai uma postagem por dia. Tem outros que até ficam um certo tempo "às moscas", mas então o blogueiro faz quatro posts em um só dia para compensar. E quanto ao meu blog, essa coisa vazia cheia de poeira que fede a mofo?
Meu blog nunca terá mais que 5 leitores assíduos, tenho certeza! Há tão poucos posts que quando chego a publicar alguma coisa aqui até faz eco.
Não é por falta de criatividade, originalidade ou idéias (ainda não me conformo em escrever essa palavra sem acento). É só que eu tenho uma extrema dificuldade em expressar o que eu sinto. Tá certo que eu sou ótima em escrever (sem nenhuma modéstia), mas a minha especialidade é ficção. Eu só cheguei a escrever uma ficção nesse blog (os fantasmas que estragaram o natal) e nem ficou muito bom. É claro que há outras narrativas postadas aqui, mas por mais que algumas delas sejam meio (muito) viajadas, são altamente baseadas em coisas vividas por mim.
E por mais que as pessoas digam que os textos estão bons, eu raramente concordo. Não é porque fui eu que escrevi, até porque quando eu acho bom eu já vou logo dizendo que ficou fantástico e que "eu sou foda sim, e daí?!", modéstia não é comigo. O problema é que mesmo que as pessoas achem bons os meus textos, elas estarão achando (eu juro que tentei evitar o gerundismo) bom uma coisa que não foi idealizada por mim. O resultado sempre sai diferente do que eu pretendia. Quando eu leio meus textos ao final do processo de criação, constantemente eu sinto que eu não consegui transmitir a idéia que eu queria. Vai ver que é por isso então que as pessoas gostam dos meus textos, pois estou quase certa de que se elas entendessem o que realmente quero dizer, se afastariam gritando: "Pagã! Rebelde! Insolente! Ingrata" ou qualquer outro xingamento desse tipo. Sendo um texto que não expresse as minhas idéias, pode ser bem escrito e estruturado que mesmo assim eu não irei com a cara dele.
Nas raras ocasiões que eu consigo transmitir exatamente o que eu queria, fica tão confuso que só eu posso entendê-lo. Porque é assim que eu me sinto: confusa. Sinto que meus sentimentos e pensamentos são coisas que mais ninguém sente e pensa, sinto que sou única e diferente. E mesmo que eu não seja, quero ter essa imagem de mim.
Já os textos ficcionais, sinto que apenas ocasionalmente postarei-os aqui, visto que esses eu já faço quase todas as semanas em redações escolares e que como tenho facilidade com eles, não e para mim nenhuma grande aventura escrevê-los. Isso mesmo. Gosto que os textos a serem escritos sejam uma aventura para mim. Gosto de suar para tirar as idéias da cabeça e transcrevê-las no papel exatamente como elas são, sem que percam sua essência e que os leitores ainda as compreendam, o que é um desafio muito difícil para mim.
E é por isso que meu blog está cheio de textinhos meia boca, infantis e lugar-comum. Tem uns que escrevo só pra ocupar espaço, pra não ficar tanto tempo sem postar.

OBS: Ta aí. Gostei desse texto. Acho que transmitiu o que eu queria dizer, mas mesmo assim ele é longo e confuso. Escrevi muito pra dizer pouco, ou seja: Esse texto é uma prova, um exemplo do que esse texto fala. Então seria ele um texto metalingüístico?